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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Microvinhas: curso inovador na Espanha sobre vinicultura sustentável e de alta qualidade em minifúndios tem participação de especialista brasileiro


 
Desenvolvimento rural saudável com produção de uvas e vinhos em minifúndios com sustentabilidade territorial, ambiental, cultural, social e econômica. Este é o foco do “II CURSO MICROVIÑA - Una herramienta para el Ecosistema Empresarial Rural”, (fotos abaixo) que será realizado em parceria pela Universidade de Alicante e pela Associação ELVIART (uma ONG dedicada a preservação do ecossistema mediterrâneo, a cultura, a literatura e a arte regionais) entre os dias 7 e 15 de Novembro. Um dos professores será o editor deste blogue In Vino Viajas, jornalista Rogerio Ruschel, também consultor especializado em marketing e comunicação para a sustentabilidade socioambiental (na foto acima), que participará como palestrante internacional convidado no dia 8 de novembro.

Com aulas em salas e no campo (em vinhedos de Muro de Alcoy que praticam os conceitos), os alunos irão aprender que o agricultor deve receber um preço justo pelo seu trabalho; que as uvas (como qualquer produto alimentar) deve ser obtida através da aplicação de boas práticas agrícolas, utilizando-se preferencialmente  as variedades locais e respeitando o meio ambiente; que qualquer empresa tem de cooperar com o meio ambiente e promover a cultura local e que a educação é um pré-requisito para o desenvolvimento com sustentabilidade territorial. O gráfico abaixo resume a proposta do Projeto Microviñas.



O programa propõe mudanças em uma série de paradigmas estabelecidos que já demonstraram ser modelos superados de ação não-sustentável. Nos sete blocos do curso serão abordadas questões como a economia do bem comum; novas alianças estratégicas como ferramentas que aumentam o valor social em pequenas propriedades; modelos de negócios com benefícios para todos os envolvidos (win-win business); legislação para a administração de pequenas empresas e planos de negócios de pequeno porte; conteúdos de biodiversidade aplicada a produtores rurais; e habilidades e conhecimentos para obter a excelência e rentabilidade em áreas de pequenos agricultores, consideradas minifúndios. Na foto abaixo a utilização de biomassa entre as vinhas como recurso orgânico produtivo.
Um dos blocos vai mostrar na prática (nos vinhedos e na adega) as experiências relacionadas ao projeto Microviñas, tido como um novo modelo de produção sustentável em áreas de minifúndio e que vem conquistando prêmios e elogios no mundo todo. O projeto Microvinhas é uma iniciativa surgida em Muro de Alcoy, um pequeno vilarejo da Comarca de Comtat, Provincia de Alicante, Comunidade Valenciana - uma região montanhosa, seca e abandonada da Espanha – e se transformou em uma demonstração de que é possivel produzir vinhos com pontuação de primeira classe e com valores ecológica e socialmente superiores, em áreas minúsculas, a partir de vinhedos antigos abandonados e recuperados. Saiba mais em: http://invinoviajas.blogspot.com.br/2014/05/microvinya-revolucao-dos-minifundios.html


(A foto acima é de autoria de Pilar Higuero, conhecida produtora de vinhos sustentáveis da Espanha). O curso é dedicado a trabalhadores da área de viticultura e vinicultura, profissionais liberais, investidores, especialistas em agricultura, produtores de vinho e uva, e as atividades serão  realizadas no Campus Cocentaina da Universidade de Valência, no Ágora Centro de Alcoy e nas do instalações Celler La Muntanya (gestor do projeto Microviñas) em Muro de Alcoy.

Os professores são especialistas de renome na Europa e o programa será coordenado por José Luis e Juan Cascant Vicent, um dos criadores do projeto Microvinhas. O editor de In Vino Viajas, jornalista Rogerio Ruschel (na foto acima, examinando uma videira na Borgonha), participará como palestrante internacional convidado no dia 8 de novembro, sobre “Percepción del valor del minifundio desde el exterior”. Rogerio Ruschel é também consultor especializado em marketing e comunicação para a sustentabilidade socioamiental (com clientes como Walmart, Volkswagen, Vale, Bradesco, Gerdau, Votorantim, WWF e Bayer – veja http://www.ruscheleassociados.com.br/ ) e foi professor por mais de 20 anos em cursos de gradução na Pontificia Universidade Católica de Porto Alegre e de pós-graduação na Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo.

Em seus artigos e apresentações Rogerio Ruschel lembra como exemplos de minifundios altamente lucrativos, vinhedos da Borgonha - como os Romanée-Conti, que produz um Grand Cru caríssimo, em uma área total de 1,8 hectares, desde o século XV - e em Portugal, especialmente no Douro. Outros exemplos de minifundios lucrativos estão na Italia, Toscana, Chianti e Piemonte, mas especialmente na região de Montalcino, onde o narrador esportivo brasileiro Galvão Bueno tem parceria com o enólogo Roberto Cipresso para produzir vinhos brunello. Na serra gaúcha, segundo pesquisa da Universidade de Caxias do Sul e Ibravin, os produtores tem propriedades com até 2 hectares, em média. O mundo do vinho está repleto de exemplos de pequenas propriedades com pequena produção, alta reputação e provavelmente excelente margem de lucro. 

Veja a seguir a entrevista que Rogerio Ruschel deu sobre o assunto para Vinetur (foto acima), o mais importante portal espanhol sobre vinhos.



“Rogerio Ruschel: “El proyecto Microviña es perfectamente exportable a Brasil


En Brasil todavía se asocia el minifundio con tierras con muy poco valor productivo y cultivadas por agricultores con pocos recursos económicos. Por ello, Rogerio Ruschel, periodista internacional y experto brasileño en markéting ecológico, considera muy positivo que proyectos como el de Microviña se exportasen a Brasil porque supondría generar riqueza. Rogerio Ruschel dictará su ponencia a través de videoconferencia el próximo 8 de noviembre dentro del II Curso Microvinya organizado por la Universidad de Alicante.
 
¿Qué percepción se tiene del minifundio en Brasil?
 La realidad entre España y Brasil es muy diferente. Brasil es prácticamente un continente. Su extensión es dieciséis veces España.  La extensión cultivada en Brasil, con datos de 2012 es de 68 millones de hectáreas y el valor de lo que se produce es de 67 billones de euros. El modelo brasileño de agricultura, históricamente, se ha orientado para la producción y exportación de productos como la soja, naranja, café y caña de azúcar. Hace muy poco tiempo que el gobierno brasileño ha empezado a otorgar ayudas para incentivar a los pequeños productores. A destacar las iniciativas del presidente Lula a partir de 2003 y que tenían como objetivo paliar el hambre de una parte de la población.
 Lo que quiero decir con esta introducción es que en Brasil el minifundio se asocia con personas pobres y con tierras con muy poco valor productivo. Es el gobierno quien compra los productos producidos en los minifundios para repartirlos entre los colectivos necesitados.
Por lo que respecta al vino, en 2013, la producción vitivinícola se distribuía en 84 mil hectáreas cultivada por unas 1150 empresas en seis regiones del país. La gran mayoría de los productores tienen extensiones de unas 2 hectáreas. Pero las nuevas inversiones las están realizando compañías internacionales, sobre todo en la región de Campaña, cercana a la frontera con Argentina y Uruguay. 

¿Existen experiencias similares al proyecto Microviña en Brasil? 
La industria del vino en Brasil es muy pequeña. Con datos de 2012 podemos decir que la producción de vinos en España multiplica por diez la de Brasil y me atrevo a decir que cuando tengamos los datos de 2013 la diferencia será de once. No tenemos experiencias similares al proyecto Microviña. Lo que tenemos son algunas familias que transmiten sus conocimientos de padres a hijos en pequeñas áreas pero que todavía no tienen ni los conocimientos ni la formación suficiente para competir en el mercado. Sí que hemos podido comprobar en los últimos cinco años que está surgiendo una nueva generación que está interesada en producir vinos, pero no tenemos resultados todavía, no los podemos evaluar. 

¿Puede ser el proyecto Microviña exportable a Brasil? 
Si. Yo creo que el concepto es perfectamente exportable a Brasil, pero tiene que ser adaptado a su entorno, a las políticas y al mercado. Y pienso que también sería posible hacer que profesionales de clase media como médicos, ingenieros o pequeños emprendedores se interesaran por llevar adelante proyectos como el de Microviña. Además, en Brasil hay clase media de origen español. 

¿Qué es lo que más le ha llamado la atención del proyecto Microviña? 
Microviña es un proyecto cien por cien completo en términos de sostenibilidad socioambiental. Para mí es la principal calidad: conseguir un equilibrio de conjunto. Microviña es una demostración de que es posible producir vinos con mucha calidad, con puntuaciones por parte de los expertos muy elevadas y con unos valores ecológicos y sociales superiores en áreas pequeñas a partir de viñedos antiguos abandonados y que han sido recuperados. 

¿Puede el minifundio ser generador de riqueza? 
Por supuesto que sí. De hecho ya lo está haciendo. Está generando riqueza social, ambiental y, por supuesto, económica.


  
Informações sobre o curso: https://www.facebook.com/events/719334104779145/





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